
O Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF), entidade multilateral sediada na França, voltou a cobrar ações mais robustas contra os riscos associados a criptoativos.
Em um novo estudo, o órgão destaca que, apesar de avanços em algumas jurisdições, os provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs) ainda precisam evoluir na implementação de medidas efetivas contra lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
O relatório do FATF afirma que houve progresso, sobretudo em países que exigem licenciamento e registro formal de VASPs. No entanto, ressalta que ainda há obstáculos significativos, principalmente em relação a provedores de criptoativos sediados fora das jurisdições reguladoras.
“Mais de um terço das jurisdições com estruturas de licenciamento ou registro exigem que VASPs offshore também sejam licenciados ou registrados”, observa o documento.
A organização destacou ainda os desafios enfrentados para identificar pessoas físicas ou jurídicas envolvidas em operações com criptoativos, especialmente quando essas atividades ocorrem fora dos marcos regulatórios nacionais.
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Alerta para riscos dos criptoativos
Outro ponto abordado no relatório é o avanço na aplicação da Travel Rule. Trata-se de uma norma internacional que exige a identificação de remetentes e destinatários em transações com criptoativos entre países.
“73% das jurisdições (85 de 117) que não proíbem ou não planejam proibir os VASPs já aprovaram legislação implementando a Travel Rule”, afirma o relatório.
O FATF pede que os países que ainda não aprovaram a regra façam isso com urgência. Ao mesmo tempo, solicita que os países que já o fizeram avancem para sua aplicação prática. O órgão cita mecanismos eficazes de supervisão e punição em caso de descumprimento.
No trecho mais contundente do estudo, o FATF cita o ataque cibernético promovido pela Coreia do Norte como exemplo dos riscos globais decorrentes da falta de regulação em algumas regiões. Em 2025, hackers norte-coreanos teriam roubado US$ 1,46 bilhão da corretora ByBit — considerado o maior roubo de criptoativos da história, com apenas 3,8% dos fundos recuperados até agora.
“Falhas regulatórias em uma única jurisdição podem gerar impactos significativos em escala global”, conclui o relatório.
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